STRESS E ANSIEDADE NA ADOLESCÊNCIA

Hoje recebi uma jovem já com 18 anos em tratamento psiquiátrico para crise do pânico, em uso de anticoncepcional que não a deixa menstruar, por causa de suas fortes cólicas, e em uso de pantoprazol, diariamente, por medo de uma gastrite que teve. Ano passado ainda tomara antibióticos de 2 em 2 meses para sinusites de repetição.

Diversas são as questões que levam cada um a fazer estes sintomas e não vou discutir isso aqui. O que me preocupa é o excesso dos medicamentos anti. O que me incomoda é o raciocínio anti, aquele que pretende calar a boca de todos os sintomas e esquece da obra inteira.

Se suprimimos um sintoma, ele aparece em outro lugar, com outra cara, mas é com a a mesma pessoa. Será que meninas nesta idade, realmente poderiam não menstruar? Será que, ao colocarmos o foco no tratamento anti, nosso trabalho e investimento, além da crença que temos, não estariam também suprimidos? Será que nossa chance de auto-organização não ficaria cada vez mais distante? Ao corroborarmos com a ansiedade, tratando-a como uma doença, não estaríamos alimentando a mesma ao invés de criarmos recursos de autogestão das questões em jogo?

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