MEDICINA CHINESA

“DO VAZIO CENTRAL EMANOU TODA CONCEPÇÃO DE VIDA. DESTE VAZIO ABSOLUTAMENTE PLENO DE INSPIRAÇÕES FORMAM-SE OS ELOS QUE UNEM OS SERES. O VAZIO CENTRAL DESCOMPLICA E EVIDÊNCIA A REALIDADE TAL COMO ELA É. AS COISAS SÃO COMO SÃO.”

ICHING, O LIVRO DAS MUTAÇÕES.

SOPRO VITAL

Os antigos chineses, responsáveis pela filosofia da medicina tradicional chinesa, viam o vento que balança as folhas das árvores ao invés de enxergarem primeiro, as folhas que balançam, como é o olhar ocidental. Como consequência, seu raciocínio clínico é coerente com esta visão: no corpo, vêem primeiro o vento, vêem o invisível, o imponderal, ou seja, o QI, o sopro vital, a “energia“ que faz o sangue circular. Esta energia se desdobra em dois estados: o yin e o yang – o repouso e o movimento, o cheio e o vazio, o lado ensolarado e o sombrio. O desequilíbrio destas duas forças, diferentes e complementares, que sempre estão em movimento, causa o adoecimento.

A RELAÇÃO DOS ÓRGÃOS COM AS ESTAÇÕES
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O homem nunca é visto separado da natureza. Por isto, há íntima relação dos órgãos com as estações. Órgãos para a Medicina Tradicional Chinesa, não é apenas o órgão como conhecemos, mas toda uma equipe que conduz o QI (sopro vital). Cada equipe tem: elemento representativo, órgão cheio, órgão vazio, abertura (órgão do sentido), meridiano, sua emoção, sabor e mesmo cor associada.

Toda mudança de estação traz sintomas físicos comuns e que se repetem em várias pessoas. Na pediatria, chamamos de viroses, porque não temos ainda esse entendimento mais profundo. Observo este acontecimento há anos. Segundo a MEDICINA TRADICIONAL CHINESA, muito mais antiga que a nossa, em toda passagem de estação, ocorre um movimento físico em nosso corpo assim como acontece na natureza. No outono, por exemplo, folhas secas caem das árvores e, melecas, diarréia ou vômitos, das crianças.

Cada estação do ano prioriza o trabalho de um órgão. No outono é a vez do pulmão, no verão, quem está em jogo é o coração, cuja emoção associada é a alegria, contrária ao pulmão, que é o recolhimento e a tristeza. No inverno o trabalho é do rim e sua equipe, assim como na primavera passa ao fígado e equipe.

É PRECISO UM POUCO DE CADA MOVIMENTO: O PRA CIMA, QUE É A ALEGRIA, E O PRA DENTRO, QUE É A TRISTEZA. TODOS TÊM IGUAIS IMPORTÂNCIAS EM NOSSA SAÚDE.
A passagem não é fácil… da alegria para a tristeza, da exuberância do fruto para a queda das folhas… A passagem é feita pelo órgão que representa a terra, o centro. Na simbologia chinesa, o baço é responsável, junto ao estômago, pelo movimento de passagem. Na raiz de seu pensamento e de sua linguagem, o simbólico tem muita importância.
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